A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) abordou as tendências para o mercado de pescados no período pós-pandemia em uma transmissão ao vivo pelas plataformas digitais, na terça (1°).
O evento online apresentou informações sobre a produção e o mercado nas áreas de pesca e aquicultura, que em função da necessidade do distanciamento social e fechamento de restaurantes foram bastante afetadas.
Na visão do presidente da Comissão Nacional de Aquicultura da CNA, Eduardo Ono, a pandemia trouxe uma mudança nos hábitos dos consumidores, que passaram a preparar as refeições em casa. Por essa razão, ponderou, é necessário observar as oportunidades de mercado.
“Tradicionalmente no Brasil, o consumo de pescado é realizado fora do lar. O hábito de preparar o pescado em casa é algo bastante regional, mas nos grandes centros especialmente esse hábito não era difundido. Com a pandemia, é importante pensarmos em alternativas para estimular o consumo e facilitar o preparo desses alimentos em casa”.
Com a pandemia, as pessoas passaram a buscar mais alimentos mais saudáveis e o conceito de sustentabilidade está mais forte, assim como o consumo de produtos locais, serão mais fortes. Essa avaliação é do diretor titular da divisão da cadeia produtiva da pesca e aquicultura do Departamento do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Robeto Imai.
“A partir desse cenário é necessário pensar em estratégias para buscar um crescimento sustentável do setor de pesca e da aquicultura. Uma delas é organização setorial para ajudar na elaboração de políticas públicas, busca de novos mercados e o incentivo ao consumo desses produtos”, observou.
Durante a live, a diretora presidente da Associação de Maricultores do Sul da Ilha (Amasi), Tatiana Cunha, apresentou os desafios enfrentados pelos produtores de mariscos e moluscos em Florianópolis (SC).
“A próxima safra de ostras terá redução de até 60%, pois além da pandemia um ciclone bomba atingiu o estado. O aumento do custo com transporte é outro fator que impacta a maricultura. Antes, o quilo do frete aéreo custava R$ 1,30 e agora passou para R$6, o que junto com a redução da malha viária, inviabilizou o envio dos produtos para alguns estados”.