Exportações do agronegócio em março atingem recorde para o mês
Isolda Monteiro
26 de abril de 2021
As exportações do agronegócio alcançaram US$ 11,6 bilhões em março, valor recorde para o mês e que representa uma alta de 28,6% em relação ao mesmo período de 2020, segundo análise da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com base nos dados do Ministério da Economia. No acumulado de janeiro a março, as vendas externas somam US$ 23,5 bilhões.
Já o saldo comercial mensal (exportações – importações) registrou superávit de US$ 10,2 bilhões, o melhor resultado em 12 meses. O principal produto da pauta exportadora foi a soja em grãos, que atingiu receita de US$ 5,4 bilhões, expansão de 43,1% na comparação com março do ano passado.
“O avanço das colheitas que estavam atrasadas no primeiro bimestre do ano e prejudicaram os embarques no período foi o principal fator por trás do expressivo aumento frente ao mesmo mês de 2020”, explica a CNA em Comunicado Técnico. O embarque de soja em grãos respondeu por 46,3% do total das exportações do agro.
A carne bovina foi o segundo item mais exportado em março deste ano, com crescimento de 11,6% frente a março/2020 e faturamento de US$ US$ 617,2 milhões. O resultado foi impulsionado pela demanda internacional, principalmente da China, o que ajudou a alavancar os preços globais da proteína e estimulou a exportação.
De acordo com a CNA, alguns itens apresentaram em março de 2021 um aumento expressivo nas exportações na comparação com março de 2020. As principais altas foram para o álcool etílico (134,8%), algodão não cardado nem penteado (66,8%) e carne suína in natura (56,7%).
Em relação aos destinos das exportações do setor, a China foi o principal mercado, com participação de 43,3% na importação dos produtos brasileiros. As exportações para o país asiático foram de US$ 5 bilhões, com quatro produtos respondendo por mais de 90% da pauta: soja em grãos (77,3%), carne bovina in natura (6,5%), celulose (4,2%) e carne suína in natura (3,0%).
A União Europeia ficou na segunda posição entre os principais destinos da pauta exportadora do agro brasileiro, com uma parcela de 14% dos produtos embarcados, seguida por Estados Unidos (5,2%), Tailândia (2,6%), Vietnã (2,2%), Arábia Saudita (1,8%), Coreia do Sul (1,7%), Turquia (1,7%), Japão (1,5%) e Hong Kong (1,5%).
Agro.BR – A CNA também analisou alguns produtos que fazem parte do escopo de atuação do Projeto Agro.BR, desenvolvido em parceria com a Apex Brasil para ampliar a participação de pequenos e médios produtores no comércio internacional e diversificar a pauta exportadora brasileira. Segundo a análise, todos os produtos pesquisados tiveram aumento nas exportações.
As exportações brasileiras de frutas totalizaram US$ 86,8 milhões em março, incremento de 23,6% em relação ao valor exportado no mesmo mês de 2020. Destaque para maçãs frescas, mangas frescas ou secas, limões e limas frescos ou secos, uvas frescas e castanha de caju, que responderam por 66,7% das vendas externas de frutas em março.
Para os lácteos, a receita com os embarques no mês passado foi de US$ 8,1 milhões, crescimento de 30,0% frente a março de 2020. Os principais produtos exportados desse setor foram: queijos, leite modificado, leite condensado, creme de leite e leite fluido, que representaram 94,2% do total.
O Brasil também exportou US$ 17,5 milhões em produtos apícolas em março de 2021, 164,3% a mais do que em março de 2020. O mel de abelha teve parcela de 93,6% no total das vendas externas do segmento (US$ 13,4 milhões).
Já as exportações de chá, mate e especiarias atingiram aproximadamente US$ 33,3 milhões em março de 2021, o que representou uma elevação de 6,2% frente a março de 2020, com destaque para pimenta, (US$ 21,9 milhões) mate (US$ 8,7 milhões) e gengibre (US$ 872 mil).
O setor de pescados teve a expansão mais expressiva (51%), com exportações de US$ 17,3 milhões no mês passado. Os principais produtos do setor vendidos para o exterior em março foram: outros peixes frescos ou refrigerados (US$ 4,9 milhões), outros peixes congelados (US$ 4,5 milhões), preparações e conservas de atuns (US$ 2,3 milhões), outros peixes secos, salgados ou defumados (US$ 1,8 milhão) e peixes ornamentais vivos (US$ 657 mil).