Piauí – A URT está localizada na fazenda Lagoa do Barro, em São Raimundo Nonato, a 540 quilômetros da capital Teresina. O solo é predominantemente arenoso e a altitude do local é de 360 metros. O período chuvoso ocorre entre janeiro e março, com precipitação média anual de aproximadamente 550 milímetros.
Para o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Piauí, Diego Paz, com os experimentos realizados na URT, foi possível recomendar as plantas forrageiras que vão estimular o produtor a aumentar sua renda.
No dia de campo virtual, o responsável técnico pela unidade de São Raimundo Nonato, José João, mostrou os resultados das pesquisas. De todas as gramíneas anuais, o Milheto IPA Bulk foi o que mais chamou atenção pela produtividade de 14 toneladas ms/ha/ano, além de baixa incidência de pragas.
Na avaliação dos capins, o Búffel Áridus foi o destaque, com boa cobertura de solo e 100% de taxa de sobrevivência após o período de estiagem. Assim como na URT de Alagoas, a palma Orelha de Elefante Mexicana foi a que mais se destacou entre as cactáceas, com produtividade média de 12,2 toneladas ms/ha/ano em sistema solteiro.
Por fim, entre as lenhosas, usadas como fonte de proteína aos animais, o melhor resultado foi da gliricídia, com 1,5 toneladas de massa seca por hectare/ano.
“As experiências mostraram que o trabalho com diferentes espécies forrageiras requer um bom planejamento do produtor. É necessário se antecipar ao período chuvoso, preparando o solo e adquirindo os insumos (sementes) em tempo hábil. O produtor também deve fazer o monitoramento contínuo e observar possíveis anormalidades”, disse José João.
O pesquisador da Embrapa Meio Norte, Francisco Monteiro, destacou que a pecuária no semiárido se diferencia das demais pelo clima. “A atividade é praticada de forma extensiva, onde a vegetação nativa da Caatinga é a base alimentar do rebanho. A pressão por pastejo, associada aos longos períodos de estiagem, dificultam o fornecimento de alimento para o gado”.
Para Monteiro, o projeto Forrageiras para o Semiárido vai alavancar a pecuária na região, diminuindo os custos com nutrição e, consequentemente, proporcionando mais renda ao pecuarista.
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