Telemedicina do Sistema CNA/Senar leva saúde aos produtores do Agronordeste
Isolda Monteiro
1 de outubro de 2021
O projeto-piloto de Telemedicina do Sistema CNA/Senar leva saúde aos familiares e produtores do Agronordeste e já alcançou a marca de 6.246 usuários cadastrados nos três primeiros meses de operação. Ao todo, já foram realizadas mais de 200 consultas desde julho, mês de lançamento da iniciativa.
O objetivo do projeto é melhorar a saúde, no primeiro momento, dos produtores rurais atendidos pelo programa Agronordeste e seus familiares que, em muitos casos, estão distantes de postos ou unidades de saúde. A expectativa é envolver a cobertura de 100 mil vidas na fase inicial.
O Agronordeste é um plano de ação criado pelo Ministério da Agricultura (Mapa) e desenvolvido em parcerias como, por exemplo, a do Sistema CNA/Senar, que também oferece Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) aos produtores cadastrados no programa.
Com o atendimento médico oferecido por meio de videoconsultas – feitas por clínicos gerais e especialistas em medicina da família – é possível reduzir o tempo de espera para atendimento e aumentar a disponibilidade de horários para consultas. O serviço funciona por telefone ou por aplicativo de conversa.
A coordenadora de Formação Profissional e Promoção Social do Senar, Deimiluce Coaracy, destaca que o principal desafio dos primeiros meses de implantação do projeto é fazer com que as pessoas confiem na Telemedicina.
Para ela, os usuários precisam entender que, apesar de ser intermediada pela tecnologia, quem está à frente da consulta é um médico com toda a capacidade de, mesmo a distância, entender as necessidades de quem procura atendimento e indicar possíveis tratamentos e exames.
Outro ponto fundamental é conscientizar as pessoas sobre a importância do autocuidado para a prevenção de doenças.
Segundo Deimiluce, a recomendação é procurar os serviços de saúde para saber quais exames e vacinas estão relacionados a cada faixa etária e entender os sinais e sintomas que podem aparecer em decorrência de problemas como excesso de açúcar e gordura ou falta de exercícios, por exemplo.
“Temos o desafio de fazê-los confiar que a Telemedicina pode ser, sim, uma oportunidade para que eles cuidem da saúde e entendam esse autocuidado que deverão ter durante toda a vida”, afirmou Deimiluce.
Atenção Primária – Na opinião do pesquisador em saúde populacional da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e consultor técnico da CNA para Telemedicina, Alberto Ogata, pesquisas mostram que boa parte das condições de saúde pode ser resolvida na Atenção Primária. Neste sentido, a oferta de consultas com médicos de família através da Telemedicina é um recurso importante para os produtores rurais e suas famílias.
“Muitas vezes, a consulta com um médico pode levar muito tempo para ser marcada ou exigir grandes deslocamentos das pessoas. E não é raro que elas possam ser resolvidas pelo atendimento em Telemedicina. Acho que esta experiência pode ser um grande avanço para que as pessoas possam cuidar de sua saúde e ter acesso a médicos experientes”, disse Ogata.
Outra vantagem apontada por ele é que o projeto busca uma aproximação com o sistema de saúde nas cidades para que as condições que necessitam de tratamento possam ser encaminhadas e receber um acompanhamento.