CAMPO FUTURO LEVANTA CUSTOS DE PRODUÇÃO DE GRÃOS, CAFÉ, BOVINOCULTURA E AVICULTURA DE CORTE
Larissa Belo
5 de agosto de 2022
Brasília (05/08/2022) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou nesta semana levantamentos de custos de produção de grãos (soja e milho), café arábica, bovinocultura de corte e avicultura de corte.
A iniciativa faz parte do projeto Campo Futuro, que apura informações sobre a realidade produtiva em todo o país para fornecer ao produtor rural informações estratégicas para auxiliá-los na tomada de decisões do dia a dia na propriedade rural.
Os painéis de grãos foram realizados em Luís Eduardo Magalhães (BA), Paragominas (PA), Uruçuí (PI) e Primavera do Leste (MT). O de café aconteceu em Capelinha (MG), enquanto os de bovinocultura de corte e avicultura de corte ocorreram em Barreiras (BA) e Amparo (SP).
Todos os encontros foram híbridos e tiveram a participação de técnicos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Centro de Inteligência de Mercado da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA), além dos sindicatos rurais e federações estaduais de agricultura e pecuária.
Grãos
Na segunda (1º), foram apurados os custos de produção em Luís Eduardo Magalhães (BA). Os produtores colheram, em média, 65 sacas de soja por hectare. As lavouras de milho sofreram com chuva em excesso, sendo colhidas 120 sacas do grão. Os custos com fertilizantes aumentaram 88% no período. Para os herbicidas, este aumento foi de 128%. O sorgo 2ª safra surpreendeu com boas produtividades, onde os produtores colheram 45 sacas do grão por hectare em média.
Em Paragominas (PA), onde ocorreu o painel na terça (2), o clima favoreceu o desenvolvimento das culturas. Para a soja, foram colhidas 55 sacas em médias. Os custos com inseticidas nas lavouras da oleaginosa subiram 93% no período. Para o milho, a produtividade foi de 120 sacas por hectare em média. Os custos com herbicidas para o grão subiram 151% em relação à safra passada.
Segundo o assessor técnico da CNA Tiago Pereira, o Gergelim está se estabelecendo na região, sendo apontado pelos produtores como uma cultura importante na composição de receita das propriedades.
Na quarta (3), em Uruçuí (PI), os produtores relataram ótimas produtividades, considerando a série histórica. Para milho e soja, os produtores colheram em média 60 e 150 sacas por hectare, respectivamente.
Na sexta (5), o levantamento ocorreu junto a produtores de Primavera do Leste (MT), onde desempenho das lavouras de verão foi satisfatório. Para a soja, a colheita foi, em média, de 58 sacas por hectare. Mas segundo os produtores, o besouro marrom (torrãozinho) atacou severamente as lavouras de soja, que fez os custos com inseticidas aumentarem 111%.
Para o milho 2ª safra, a seca no início do ciclo comprometeu a produtividade e o potencial produtivo foi reduzido de 120 para 80 sacas por hectare, em média. Para o grão, os custos com fertilizantes aumentaram 90% em relação ao ciclo anterior.
Café
O levantamento para apurar os custos de produção do café arábica foi realizado em Capelinha (MG). Participaram do painel cafeicultores, o presidente do Sindicato Rural de Capelinha, Murilo Barbosa Horta, técnicos de ATeG do SENAR Minas, representantes da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais, a assessora técnica da CNA, Raquel Miranda, e Matheus Marques, coordenador técnico do Centro de Inteligência de Mercado da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA).
A propriedade modal foi de 100 ha de área produtiva e condução semimecanizada. Os cafeicultores relataram que as condições climáticas na região favoreceram a produção de café, obtendo produtividade média de 35 sacas por hectare. Em comparação com o painel realizado em 2021, os desembolsos subiram 3% para defensivos, 49% para mecanização, 92% para corretivos de solo, 105% com mão de obra e 155% com fertilizantes.
Bovinocultura de corte
O painel ocorreu na quinta (4), em Barreiras (BA), onde foi considerada uma propriedade modal de produção de bezerros (cria). A área total da propriedade foi de 600 hectares, dos quais 250 hectares de pastagem cultivada e 348 hectares com vegetação nativa. Os 2 hectares restantes são ocupados com benfeitorias.
Segundo o assessor técnico da CNA, Rafael Ribeiro, a mão de obra foi o item que mais pesou nos custos operacionais efetivos (COE), com 27,6%, seguido pela suplementação mineral, com 24,7%.
Avicultura de corte
O levantamento de custos foi realizado na sexta (5), em Amparo (SP). O modelo avaliado foi o de sistema integrado, tendo como referência uma propriedade modal com 2 galpões, cada um com 1.500 m2. Os custos com lenha para aquecimento dos aviários foi o item de maior participação nos custos operacionais efetivos (COE), com 28,7%, seguido por mão de obra (19,8%) e energia elétrica (13,4%).