CNA participa de seminário sobre desafios para o Brasil pós-pandemia
Isolda Monteiro
24 de março de 2021
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou do seminário online “Desafios para o Brasil pós-pandemia”, promovido pelo jornal Correio Braziliense em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), na terça (23).
O evento contou com a participação de autoridades, representantes do setor produtivo e economistas e discutiu propostas que possam minimizar os prejuízos provocados pela maior crise sanitária em 100 anos.
A superintendente técnica adjunta da CNA, Fernanda Schwantes, foi uma das palestrantes. Segundo ela, o ritmo de avanço da vacinação e de contenção do contágio da Covid no Brasil, aquém do que se esperava e do que vem acontecendo em outros países, sustenta muitas incertezas sobre o cenário para 2021 e 2022. Como consequência, as expectativas do mercado em relação aos principais indicadores econômicos estão se tornando mais pessimistas.
“O agravamento da pandemia no início do ano e as novas medidas de isolamento social vão pesar na recuperação da economia no primeiro semestre. A partir da segunda metade do ano, contamos com a melhora no ritmo de vacinação. Se isso ocorrer, haverá espaço para crescimento, o que é essencial para a melhoria das condições de vida da população”, disse.
Fernanda destacou três desafios para a agropecuária em 2021 e 2022: recuperação do mercado interno, já que mais de 70% da produção de proteínas é destinada aos consumidores brasileiros; continuidade do crescimento das exportações e abertura de novos mercados; e controle dos custos de produção, pressionados pela desvalorização cambial e pela valorização dos fertilizantes no mercado internacional.
“Do lado da oferta, o aumento expressivo dos custos de produção é um grande desafio para o setor. A desvalorização cambial está pressionando os custos de produção agropecuários, reduzindo a margem dos produtores rurais, que são, em grande maioria, tomadores de preços”, afirmou.
O debate também contou com a economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, o economista-chefe da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca, e o economista sênior da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fábio Bentes.
O segundo painel reuniu a economista-chefe do Credit Suisse, Solange Srour, o diretor de pesquisa econômica para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, e o estrategista-chefe da WHG e ex-diretor do Banco Central, Tony Volpon.
A abertura do seminário foi feita pelo presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e pelo presidente do Sebrae Nacional, Carlos Melles. O secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, encerrou o evento.