Dia Mundial do Leite – Produção nacional garante alimento completo para os brasileiros
Larissa Belo
1 de junho de 2022
Brasília (01/06/2022) – Em 1º de junho de 2001, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) instituiu o “Dia Mundial do Leite” com o objetivo de ressaltar a importância dos alimentos lácteos para uma alimentação equilibrada.
O leite é um alimento completo e versátil e permite a produção dos mais diferentes derivados. É rico em cálcio, proteína, e diversas outras vitaminas, como A, D, B2 e B12, que previnem a osteoporose e contribuem para a redução de diversas doenças.
E em razão desta data, o Sistema CNA/Senar cumprimenta todos os produtores rurais que se dedicam a fornecer este importante produto consumido por grande parte das famílias brasileiras.
A pecuária de leite é a única atividade presente em 99% dos municípios brasileiros. Segundo o Censo Agropecuário 2017, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui 1,1 milhão de propriedades leiteiras, sendo que 71% delas produzem até 50 litros de leite por dia.
De acordo com dados da Pesquisa Pecuária Municipal (PPM/IBGE) de 2020, por ano, são produzidos mais de 35 bilhões de litros de leite. Nos últimos 20 anos, a produção cresceu 80% e o número de vacas ordenhadas foi reduzido em 10%, o que mostra a eficiência da atividade leiteira no Brasil.
A produção está distribuída principalmente nos estados de Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Santa Catarina. Juntos, correspondem a quase 25 bilhões de litros, conforme o PPM 2020. Cada habitante consome, em média, o equivalente a 180 litros de leite por ano, na forma dos mais diversos derivados, como queijo, manteiga, requeijão e iogurte.
Ações para o produtor – A Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) trabalha para defender os interesses do produtor brasileiro e contribuir para a melhoria do setor leiteiro. Algumas propostas do colegiado incluem a competividade da pecuária de leite, o enfrentamento da escalada nos custos de produção e a qualidade do produto.
Além da CNA, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) também atua no fomento da cadeia produtiva. O projeto Mapa Leite, por exemplo, uma parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, já levou Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) a 4.500 propriedades rurais em cinco estados brasileiros, fazendo a diferença na renda das famílias do campo e também de quem transposta o leite e faz o beneficiamento na agroindústria.
Só no estado de Mato Grosso, o projeto Mapa Leite já atendeu 200 famílias, como a do produtor Jurandir Quintino da Silva, que mora no município de Vila Bela da Santíssima Trindade, onde o sustento da família vem da pecuária de leite.
“A Assistência Técnica e Gerencial do Senar, através dos técnicos, revolucionou e elevou a minha propriedade a patamares que a gente pensou que nunca chegaria e hoje nós estamos produzindo uma boa quantidade de leite”, disse Jurandir.
Pecuarista Jurandir Quintino da Silva
Antes do projeto, o pecuarista tirava 70 litros de leite por dia. Com a implantação dos piquetes e da ordenha mecânica, a produção multiplicou quatro vezes, chegando a quase 300 litros diários.
E com a renda a mais, os filhos de Jurandir puderam buscar novos ensinamentos e ajudar no trabalho da fazenda. Matheus Quintino, estudante de um curso técnico em Agronegócio, já utiliza o que está aprendendo na atividade. “Melhoramos o solo dos pastos com calcário e fizemos o piqueteamento para rotacionar as vacas, o que de certa forma impactou bastante na produção de leite. Foi uma grande inovação”.
O pecuarista Paulo Sérgio Rangel e seu filho Marco Antônio Charopá também fazem uma dupla de sucesso na fazenda Koshiana, no município de São José do Quatro Marcos, em Mato Grosso. Produtor de leite desde a década de 1980, formou o filho em administração e hoje tem um parceiro de negócio.
Pecuarista Paulo Sérgio Rangel
“Eu me reinventei e hoje sou outra pessoa. Acabei me apaixonando pela atividade que a minha família tem e que é a principal fonte de renda. E dentro desse novo descobrimento de vida, eu encontrei o Senar e as coisas foram acontecendo”, disse Marcos Antônio.
Com os atendimentos do projeto Mapa Leite, a produção de leite de Paulo Sérgio subiu de 160 litros por dia para 360 litros. “A gente fazia as coisas sem ter noção. A vaca comia 5 quilos de ração, sendo que tinha que comer 2 quilos, por exemplo. E é aí que entra o técnico, pois ele que sabe o quanto ela está produzindo e o quanto pode comer”.
Marco Antônio Charopá e o técnico Ueder Emanuel Cabral
De acordo com o técnico de campo do Senar-MT, Ueder Emanuel Cabral da Silva, as adequações na propriedade foram separadas por lotes. “Para os animais mais produtivos, a gente entrou com uma quantidade maior de ração. Já para os menos produtivos, entramos com mais volumoso”.
Em Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul foram 24 meses de atividades para os produtores. No Mato Grosso, o atendimento durou 44 meses, possibilitando que 200 propriedades recebessem a assistência do Senar.
“A primeira fase do projeto durou 24 meses e os resultados foram tão vantajosos para o produtor que o atendimento foi estendido para mais 20 meses. Estamos encerrando esse segundo ciclo do projeto, mas os produtores vão continuar sendo assistidos via Sindicato Rural e Senar-MT, que está assumindo essa frente”, destacou o coordenador da ATeG do Senar-MT, Armando Urenha.